Espiritismo Ciência: A prova de que Deus e os espíritos existem

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A prova de que Deus e os espíritos existem

Provar que Deus ou que espíritos existem, nunca foi tarefa fácil. De um lado temos os crentes (religiosos ou não), que simplesmente acreditam sem questionar. Estes não ligam para provas. Do outro lado temos os ateus (crentes na não existência), que simplesmente desacreditam sem questionar. Estes também não ligam para as provas, eles simplesmente tentam descartar todas as provas apresentadas, criando verdadeiros malabarismos mentais. E raramente encontramos os verdadeiros céticos, que são aqueles que tomam um posicionamento neutro, nem acreditando, nem desacreditando, mas sim buscando evidências, raciocinando sobre os fatos e fenômenos, formulando hipóteses, criando teorias. Estes são os verdadeiros homens e mulheres de ciência. Portanto, este texto não é direcionado nem para os crentes, nem para os ateus, visto que um ou outro demonstra uma crença ferrenha em suas ideias e também um certo fanatismo.

 O médico brasileiro, Antônio Pinheiro Guedes, autor da obra Ciência Espírita [1,2], fez um trabalho bem detalhado e científico sobre o Espiritismo e em um dos trechos dessa obra disse: “Deus, inteligência suprema, alma do Universo, só age indiretamente, posto que esteja presente em toda parte” e explicando esse agir indiretamente, ele postulou: “por intermédio dos executores de sua vontade que são os espíritos”. Esta obra, dentre outras tantas, serviu de base para que Luiz de Mattos [3], um português radicado no Brasil, codificasse o Espiritismo Racional e Científico Cristão, hoje Racionalismo Cristão. Na obra Racionalismo Cristão, 44ª edição [4], encontramos a seguinte definição de espirito: “O espírito é inteligência, é vida, é poder criador e realizador. Nele não há matéria em nenhuma de suas fases de desenvolvimento. É, portanto, imaterial. Partícula individualizada, assim se conserva em toda a trajetória que faz no processo da evolução. O espírito é indivisível, eterno, e evolui para o aperfeiçoamento cada vez maior. Como partícula do Todo, é inseparável dele e subsiste a qualquer transformação, nada havendo que o possa destruir”.

 Podemos então destacar duas coisas sobre o espírito, que ele é imaterial e é uma partícula do Todo. O Racionalismo Cristão explica o espírito e a sua trajetória evolutiva dentro dos princípios de Força e Matéria. Afirma o Racionalismo Cristão que “o Universo é composto de Força e Matéria. A Força é o princípio inteligente, imaterial, ativo e transformador. A Matéria é o elemento passivo e amoldável. Na doutrina racionalista cristã, o princípio inteligente é também designado frequentemente por Força Criadora, Grande Foco ou Inteligência Universal. No binômio Força e Matéria se resume e se explica a vida em seu aspecto amplo. A apuração do seu conhecimento reduz os erros em que tantos incidem”.

 Portanto, se o espírito é imaterial, então como podemos detectá-lo? A resposta seria, pela inteligência, através de um raciocínio apurado, ou seja, através da Razão. Ou através do criptoscópio, que era como o médico Pinheiro Guedes gostava de chamar a razão e são dele essas palavras: “A nossa razão é de fato e incontestavelmente um criptoscópio, instrumento ou aparelho por meio do qual pode ver o invisível, o oculto, o que não está patente; porque, de fato, é pela razão que nós nos analisamos, que o nosso ser, o nosso espírito, se observa, se estuda, se vê”. Diante disso, surge um grande problema para os crentes (religiosos, ateus, etc.) que é a falta ou o pouco uso do raciocínio. Estamos certos de que a medida que vamos desenvolvendo a nossa inteligência, vamos aumentando o nosso poder de raciocínio. E o fato é que nem todos estamos no mesmo nível espiritual dos demais, ou seja, não está desenvolvida por igual a nossa inteligência, nem o nosso poder de raciocínio.

 A percepção de Deus (Inteligencia Universal, Força Criadora) e do espirito, é portanto uma questão a ser abordada pela filosofia. Da mesma forma que a filosofia da ciência, explana, unifica e sintetiza todas as ciências, o mesmo ocorre com a filosofia espírita. Foi por isso que Pinheiro Guedes afirmou acertadamente em sua obra que “O espiritismo é ciência profunda, vasta, eclética, cujo estudo fornece conhecimentos, não só sobre o homem espiritual, mas também sobre o homem corpóreo; e ensinamentos de ordem moral e de ordem intelectual. Ele nos faz compreender melhor o mecanismo das funções, não só das psíquicas ou mentais, mas, também das orgânicas ou vitais; e as relações da alma com o corpo, cujas perturbações são causas predisponentes e até determinantes de estados mórbidos.”

 E para finalizar, vou colocar aqui um texto retirado da internet cujo autor, Bernardo Torres [5], não sabemos se é espírita ou não, mas nota-se que ele tem conhecimento de filosofia e que é bom na arte de raciocinar. Vejamos então a conclusão que ele chega que é mais ou menos o que Pinheiro Guedes e Luiz de Mattos, dentre outros, vem falando:

“Não consigo uma prova experimental de Deus(es), mas posso argumentar racionalmente sobre sua(s) existência(s). Segue a Prova da Existência de Deus(es), entendido(s) como inteligência(s) criadora(s): 1. No mundo material conhecido, há duas categorias de coisas: “as coisas criadas pelos homens” e “as coisas não criadas pelos homens”; 2. Para serem produzidas, “as coisas criadas pelos homens” pressupõem a “ação da inteligência humana” sobre “as coisas não criadas pelos homens”; 3. Se o homem não tem inteligência suficiente para produzir coisas sem “as coisas não criadas pelos homens” (i.e, é dependente das coisas não criadas por ele mesmo e não consegue fazer as coisas do nada), não é suficientemente capaz de argumentar que “as coisas não produzidas pelos homens” foram produzidas por ninguém; 4. Se o homem somente consegue produzir “as coisas produzidas pelos homens” por conta de sua inteligência, não pode legitimamente argumentar que não há necessidade de inteligência para a criação das coisas; 5. Logo, a única argumentação legítima do homem é que “as coisas não criadas pelos homens” foram criadas por outra(s) inteligência(s).”

 Após esses cinco passos que leva-nos à uma conclusão de que existe uma inteligência superior à nossa ou uma Inteligencia Universal ou Forca Criadora, como afirma o Racionalismo Cristão, Bernardo Torres conclui:

 “O antropocentrismo é um negócio engraçado. Para se fazer uma coisa tão trivial como um papel higiênico, todos concordam que há a necessidade de suficientes inteligências. Todos concordam que o papel higiênico não se materializa, de repente. Se alguém começar a “materializar” papel higiênico do nada, será imediatamente taxado de fraudador. Para se construir algo tão complexo como uma galáxia, não…. “Foi o acaso”. E por que o acaso não produz papel higiênico, ora bolas? O problema é a visão que algumas religiões manifestam da(s) inteligência(s) criadoras. Onipotência, onipresença, onisciência… A natureza dessa(s) inteligência(s) é para nós (ainda) inescrutável. Sua existência, entretanto, é lógica.”

 Resumindo: A existência de Deus (Inteligência Universal, Força Criadora) e consequentemente a existência dos espíritos é algo que pode ser testado pela filosofia, pela razão e quem tem lógica. Refutar essa hipótese é um direito de todos. Negar essa hipótese é uma questão de preconceito, crença, fé ou falta de um raciocínio lógico.

 Bibliografia
1 – Ciência Espírita em PDF: http://bit.ly/CE_pdf
2 – Ciência Espírita em DOC: http://bit.ly/CE_doc
3 – Luiz de Mattos, codificador do Racionalismo Cristão: http://bit.ly/LMattos
4 – Racionalismo Cristão 44ª edição: http://bit.ly/RCristao
5 – Texto original de Bernardo Torres: http://bit.ly/X2ucIE


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